Roteiro
foi criado pelo renomado artista amazonense e trata de conflitos vividos por
mulheres na Amazônia
O cenário artístico do Amazonas irá ganhar
mais uma produção de sucesso: o curta-metragem “Flores Secas”, do destacado
artista amazonense Arnaldo Barreto. O projeto, que está em processo de
produção, é marcado por fatos históricos como a epidemia de febre amarela e a
cheia do Rio Negro, em 1953.
Contemplado na Lei Paulo Gustavo, por meio
do Edital Manaus Identidade Cultural Audiovisual, na categoria curta-metragem
de ficção, o projeto conta com o apoio do Conselho Municipal de Cultura
(Concultura), Secretaria Municipal de Cultura (Manauscult), Prefeitura de
Manaus, Ministério da Cultura e Governo Federal.
O roteiro de “Flores Secas” foi construído
e elaborado em 2015, logo após o diretor e também artista, Arnaldo Barreto, ter
conquistado o prêmio de melhor ator no 37º Festival Guarnicê de Cinema,
realizado em São Luís, no Maranhão, com o curta “Até que a última luz se
apague” (2014), também roteirizado pelo amazonense.
De acordo com Arnaldo, “Flores Secas” é um
trabalho autoral que trará artistas com larga experiência nas artes cênicas,
como Vanessa Pimentel, Isabela Catão, Adriano Rodrigues e a atriz Rosa
Malagueta, com quem o diretor já teve outras vivências no cinema e no teatro.
“Sou um autor que escrevo e já penso nas
possibilidades de um artista fazer aquele determinado papel, e neste curta não
será diferente. Para mim, trocar experiência com esses profissionais é um
momento único e muito importante para o meu trabalho, assim como para o
crescimento e fortalecimento da arte em nosso estado”, destacou o diretor.
Flores Secas – O curta se
passa na época da grande cheia do rio Negro, em 1953. Juntamente com a cheia,
também aumentou o número de doenças, entre elas a febre amarela.
Neste cenário, conta-se a história da
personagem Dasdor, que vivia a frustração de não poder dar um filho ao homem
amado. O caminho maternal da protagonista é encontrado através da personagem
indígena Marepe'Í, que vive um dilema com a chegada da epidemia de febre
amarela, no qual precisa abdicar da vivência com seu povo, para fugir da morte
que assolava a aldeia.
Marepe'Í é levada por Dasdor, dando início
ao plano da protagonista em se tornar mãe. Entretanto, o plano trará várias
consequências psicológicas e irá gerar obsessão com o nascimento de uma
criança.
Ainda na fase de pré-produção, vale
destacar a atenção especial dada aos detalhes do filme, que estão presentes na
maquiagem; na arte; na fotografia; no figurino, com peças confeccionadas de
forma personalizada como roupas, acessórios, sapatos e visagismo; entre outros.
Tudo isso foi pensado para dar o máximo de
autenticidade ao filme, que se passa em 1953, proporcionando um ar de nostalgia
e, ao mesmo tempo, de ineditismo na área da produção.
Vale destacar ainda que todos os insumos
para as realizações do curta “Flores Secas” foram adquiridos em lojas da
capital amazonense, como forma de contribuir com o desenvolvimento da economia
na região.
Há três meses em processo de pré-produção,
que inclui a visita aos locais de gravação; elaboração e produção do roteiro;
produção de arte e confecção de figurinos, o curta conta com produção de
Saleyna Borges e Cieny Farias; assistência de direção de Wallace Abreu; direção
de arte de Hely Pinto; fotografia de Wiliams Ferry e Bruno Pereira, entre
outros profissionais.
O diretor – Com uma carreira multifacetada, abrangendo teatro, música, cinema e produção cultural desde o final dos anos 80, Arnaldo Barreto é um destacado artista amazonense, que coleciona prêmios e grandes produções.
Iniciou sua jornada artística participando
de diversas oficinas e cursos, evoluindo para ator, cantor, cineasta e produtor
cultural renomado. No teatro, sua presença foi marcada por atuações em 15
peças, onde recebeu oito prêmios consecutivos como melhor ator, no Festival de
Teatro da Amazônia.
No audiovisual, além de atuar, dirigiu e
participou da produção de diversos filmes e oficinas, contribuindo
significativamente para o cinema amazonense com obras premiadas, entre elas
“Antes o tempo não acabava”, "O Cacto" e "A noiva da
Itamaracá", bem como produções nacionais como “Libertos - O preço da vida”
e seu longa-metragem “Entre nós”.
Para Arnaldo, fazer arte é mais do que
simplesmente criar, atuar e produzir, é viver uma experiência e buscar passar
essa expressividade a todas as pessoas.
“Acredito que a arte é uma forma de
acreditar em nossa verdade e em nossos sonhos. Venho de um tempo onde não tinha
tanta tecnologia e fazer arte, no geral, não era fácil. Hoje vivemos uma outra
realidade na produção cultural e eu, como artista, tive o privilégio de ver a
transformação do mundo em todos os aspectos. Eu sobrevivi”, ressaltou.
A trajetória de Arnaldo Barreto é um
exemplo de dedicação e talento nas artes, destacando-se em diversas áreas e
contribuindo de forma significativa para a cultura amazonense e brasileira.
Fotos: Wiliams Ferry.